segunda-feira, 29 de abril de 2013

Conflito do Cáucaso

A Ossétia do Sul é um território 1,5 vez o de Luxemburgo, com uma população estimada em 70 mil pessoas.

Legalmente ela é parte da Geórgia, pois sua auto-proclamada independência não foi reconhecida por nenhum outro país, inclusive pela Rússia. 

A Ossétia do Sul, palco hoje de confrontos entre tropas separatistas e georgianas, é um território no sul do Cáucaso que oficialmente faz parte da Geórgia e limita ao norte com a Ossétia do Norte, república pertencente à Federação Russa. Depois da queda da União Soviética, em 1991, a Geórgia votou pela restauração da independência que havia brevemente experimentado durante a Revolução Bolchevique.

No entanto, a postura nacionalista refletiu em problemas com a região norte da fronteira da Geórgia, habitada pelos ossetas - um grupo étnico distinto natural das planícies russas, ao sul do rio Don.

A Ossétia do Sul fica do lado georgiano da fronteira, enquanto a Ossétia do Norte fica em território russo. Apesar disso, os laços entre as duas regiões permaneceram fortes e o movimento pela independência osseta foi estimulado pelas dificuldades enfrentadas na época dos czares, no período comunista até atualmente. 

Quando a Geórgia se separou da União Soviética, o governo nacionalista proibiu o partido político da Ossétia do Sul, o que levou os ossetas a boicotarem a política georgiana e realizarem suas próprias eleições - pleito que foi considerado ilegal pela Geórgia. Os conflitos entre os separatistas e as forças georgianas começaram nesta época, mas o Exército da Geórgia não exterminou os rebeldes ossetas por medo de uma intervenção russa. 

A Ossétia do Sul proclamou sua independência em 1992, mas sua autonomia não foi reconhecida pela comunidade internacional. A região quer ser agregada à Federação Russa, assim como a Ossétia do Norte. A situação está frágil desde 1990 e se agravou ainda mais há quatro anos, quando os georgianos começaram a realizar operações policiais e de combate ao contrabando na região.

As autoridades da Ossétia do Sul convocaram para 2006 um plebiscito de independência. Tbilisi não reconheceu a validade da consulta popular, embora 99% da população local tenha votado a favor da independência.

Duas semanas depois de o Kosovo ter declarado de forma unilateral sua independência, o Parlamento da Ossétia do Sul pediu à ONU, à União Européia (UE), à pós-soviética Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e à Rússia que reconhecessem sua independência.

Rússia X Geórgia

A tensões entre os dois países começaram antes mesmo do colapso da União Soviética, quando o nacionalismo na Geórgia começou a se tornar uma poderosa força política. Houve um momento crucial em abril de 1989, quando os militares soviéticos usaram a força para reprimir manifestações pró-independência, matando 19 pessoas. Desde então, Moscou - seja como capital da União Soviética ou da Rússia - tem sido vista por muitos georgianos como inimiga da independência da Geórgia.

A Rússia tem sido muito crítica de "revoluções" populares como a da Geórgia, que foi bem-sucedida graças ao apoio que os ativistas receberam do Ocidente. Quaisquer que sejam as diferenças entre os dois países, a Rússia abriga uma comunidade de pelo menos 1 milhão de georgianos, e muitas famílias na Geórgia, uma nação com 5 milhões de habitantes, dependem do dinheiro que os parentes enviam para casa.

Durante o conflito na região separatista da Abkhásia, que começou em 1992, ano seguinte à independência da Geórgia, foram divulgados vários relatos confiáveis de que as forças russas ajudaram os separatistas. No entanto, é mais provável que esta política tenha sido coordenada por comandantes militares em terreno do que pelo Kremlin.

Muitos georgianos suspeitam que os pacifistas russos enviados à Abkhásia e à outra região separatista da Geórgia, a Ossétia do Sul, são ferramentas para preservar a influência russa na região. Mas, se eles parecem ameaçadores para os georgianos, da perspectiva dos habitantes da Abecásia e da Ossétia do Sul, eles são uma garantia essencial contra uma possível agressão por parte da Geórgia.

Os georgianos culpam o ex-chefe de segurança da Geórgia Igor Giorgadze por pelo menos duas tentativas de assassinato contra o ex-presidente Eduard Shevardnadze (1992-2003). Giorgadze foi para a Rússia em meados da década de 1990 e fundou um partido político georgiano pró-Rússia em 2003. Vários militantes do partido foram presos em setembro de 2006, acusados de planejar um golpe contra o presidente Mikhail Saakashvili.Quando um oleoduto que levava gás russo à Geórgia explodiu em janeiro de 2006, o presidente Saakashvili acusou a Rússia de "sabotagem". A Rússia classificou essa acusação de "histeria".

A Geórgia sempre manteve a Rússia à distância. Por outro lado, também cortejava a Otan, os Estados Unidos e outras potências ocidentais. Os georgeanos foram um dos fundadores do grupo des países GUAM (Geórgia, Ucrânia, Azerbaijão e Moldávia), criado como parte dos esforços para contrapor a influência da Rússia na região. Também participaram dos esforços apoiados pelo ocidente para criar um "corredor" de energia do Cáucaso ao Mar Cáspio, contornando o território russo.

A Rússia acusou algumas vezes a Geórgia de apoiar os rebeldes chechenos, e sabe-se que os rebeldes recebiam suprimentos e reforços pelo território da Geórgia. Sabe-se também que os rebeldes se refugiaram no desfiladeiro de Pankisi, do lado georgiano da fronteira, onde há uma comunidade étnica chechena.

O auge das tensões foi em 2002, com a Rússia ameaçando lançar ataques contra os rebeldes. A Geórgia, então, tomou medidas para estabelecer a ordem em Pankisi e concordou em unir as patrulhas da fronteira. O Exército russo continua a conduzir operações contra os rebeldes chechenos, incluindo ataques aéreos na região montanhosa da fronteira, e o governo de Moscou ainda é freqüentemente acusado de violar o espaço aéreo georgiano.

CONFLITO NA OSSÉTIA DO SUL EXPÕE JOGO DE PODER ENTRE RÚSSIA E GEÓRGIA

O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, pediu ao seu país para se "mobilizar" diante de "uma agressão russa muito direta".

O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Moscou tem notícia de "limpeza étnica" em vilarejos.

Tanques russos teriam entrado na capital da região, que tem sido alvo de pesado bombardeio pelas forças da Geórgia. 

Seu povo e seus líderes separatistas não querem ser parte do Estado georgiano em nenhuma capacidade.

Eles querem reconhecimento internacional como um Estado independente ou unir-se aos integrantes de sua etnia que vivem do outro lado da fronteira, na região russa da Ossétia do Norte. 

A Rússia diz que seu papel desde o fim da guerra na Ossétia do Sul, em 1992, tem sido o de manter a paz.

Conflito 'cristalizado'

Mas, os russos apoiaram o regime separatista em termos militares e financeiros, e há notícias de que possuem um número considerável de agentes de inteligência e de segurança na região. 

A Geórgia também alega que mercenários russos estão ativos na Ossétia do Sul.

O estado de 'cristalização' do conflito na Ossétia do Sul, assim como o da outra região separatista georgiana, a Abkházia, permitiu à Rússia preservar um instrumento vital de influência sobre seu vizinho do sul, um país que hoje vê como indócil, ou mesmo hostil. 

Há, claro, um processo de paz internacional, mas anos de trabalho mal começaram a aproximar Geórgia e Ossétia do Sul. Suas posições continuam fundamentalmente irreconciliáveis. 

Há ainda claras divisões entre Rússia e o Ocidente na forma de lidar com as tensões imediatas.

Uma declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas esboçada pela Rússia pedindo que ambas - a Geórgia e a Ossétia do Sul - renunciem ao uso de força não conseguiu apoio britânico e americano. 

A Rússia entregou à maioria dos habitantes da Ossétia do Sul passaportes russos, justificando potencialmente intervenção direta (com base na proteção de "seus próprios" cidadãos). 

O recente aumento da tensão militar efetivamente deu à Rússia um pretexto mais sólido para intervenção.

O envolvimento militar pode acarretar o risco de grandes baixas e condenação internacional, mas a alternativa de reconhecer unilateralmente a independência de Ossétia do Sul e Abkházia pode levar a um conflito ainda mais amplo. 

Otan

Falando na TV nacional da Geórgia, Saakashvili retratou suas ações como as do líder de uma nação democrática, amante da liberdade, defendendo-se de inimigos externos. 

Embora ele tenha muitos simpatizantes influentes no Ocidente, também há os que duvidam de suas credenciais democráticas pessoais. Ou suspeitam que ele possa agora estar cometendo exageros em uma aventura militar na Ossétia do Sul. 

Moscou, por sua vez, quer um fim na tentativa da Geórgia de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança de defesa ocidental). 

Há pouco, o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, em um longo ensaio sobre a posição da Rússia no mundo, insistiu que a Otan deve ser suplantada como o principal fiador da segurança européia. 

Nesta vertente de suspeita em relação à Otan e ao Ocidente, uma outra corrente de pensamento acredita que Mikhael Saakashvili na verdade está tentando arrastar a Otan para uma intervenção na disputa de seu país com Moscou. 

Saakashvili já tentou propagar a idéia de sua integração à Otan como um fato, não uma possibilidade no longo-prazo. Então, daqui por diante, parece inconcebível que a Otan se envolva. 

O "fator Kosovo" tem importância aqui. 

Mesmo antes de a província sérvia ter declarado independência unilateralmente, havia uma idéia nos meios políticos e diplomáticos russos de que o reconhecimento russo da independência da Ossétia do Sul e da Abkházia seriam moralmente e politicamente justificáveis. 

Isto se tornou muito mais forte porque muitos países ocidentais ignoraram as fortes objeções russas e reconheceram a independência de Kosovo.

Fontes: BBC Brasil | Jornal O Estado de S. Paulo
Por: Gabriel

domingo, 28 de abril de 2013

Conflitos na Cáucaso

O cáucaso é uma região montanhosa situada entre os mares Negro e Cáspio. É o ponto equidistante entre a Europa e a Ásia e também o "limite" entre as religiões Cristã e Islâmica. No cáucaso vivem cerca de 50 etnias diferentes, cada uma com sua própria história e cultura, fato que determina grande parte dos conflitos nessa região.

São inúmeros os conflitos atualmente se desenvolvendo em boa parte destas áreas descritas: 
A Abecásia vem desafiando o governo central da Geórgia. Historicamente ligada a este país, a Abecásia tem um movimento ativo de independência quase que desde a fundação da Geórgia, com o desmantelamento da URSS. A Geórgia também enfrenta problemas com outra república separatista, a Ossétia do Sul. Russia reconhece a independência dos Estados separatistas. 

Outras duas nações independentes da região, Armênia, de maioria cristã, e Azerbaijão, nação muçulmana, estão em conflito constante desde as respectivas autonomias com o fim da URSS. A principal disputa gira em torno de Nagorno-Karabakh.



O conflito que mais têm chamado a atenção da opinião pública é a questão da independência da Chechênia, principalmente depois do atentado  na maratona de Boston (EUA) causado por dois jovens terroristas chechênios: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130423_chechenia_conflito_bg.shtml?bw=nb&mp=wm&bbcws=1&news=1 

Com fim da URSS, a Chechênia (população de maioria muçulmana) declara independência do Império Russo e a formação de um novo Estado em 1991. Em 1994 a Rússia retoma o controle do território com intensa repressão e violência aos separatistas, gerando a Primeira Guerra da Chêchenia.


A Russia conquistam a capital Grózny e reforçam as atividades militares, que acabam na assinatura de um tratado de paz que apenas adiou a regulamentação e decisão da situação do novo país.




Em 1999, rebeldes separatistas retomam o combate iniciando ataques terroristas em Moscou e outras cidades russas.  Conseguem o apoio do Daguestão para a formação de um novo Estado Islâmico.


Surge nesse momento a Segunda Guerra da Chechênia, marcada pela ação mais ofensiva russa, que resultou na destruição de Grózny. Em 2000, a Russia vence a guerra assinando um novo tratado com lideres separatistas que desmancham o movimento.




Entretanto alguns rebeldes continuam a realizar atentados terroristas em algumas regiões do globo, como foi o caso do suicídio no metrô de Moscou em 2010: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2010/03/29/explosoes-em-metro-deixam-ao-menos-37-mortos-em-moscou.htm. Além desse provável atentado durante a maratona.



# No dia 19 de abril desse ano, o Jornal da Cultura passou uma reportagem muito interessante, resumida e objetiva sobre os conflitos na Chechênia e toda a repercusão desse atentado em Boston. Eu não achei o vídeo para postar, mas vale a pena procurar pra assistir.


Postado por Gustavo Gerin

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Crise Financeira - Atual


Esse vídeo é bem interessante,pois mostra que a crise financeira continua pelo mundo,abordando a crise do euro,o desemprego,queda do PIB entre outros.
Amanda Costa

domingo, 14 de abril de 2013

Crise Econômica Mundial

Diferente das postagens seguidas no blog, visando o entendimento sobre as crises globais presentes hoje, irei postar um vídeo não mencionando o esclarecimento das mesmas, mais sim debatendo os reflexos da crise no mundo de hoje e o que isso altera na economia e na hegemonia de alguns países que conhecemos atualmente.

•Parte 1;
                         

•Para continuar assistindo;
 -Parte 2; http://www.youtube.com/watch?v=SuC-W0OGflU
 -Parte 3; http://www.youtube.com/watch?v=Jdo88-HqtKw

(Postado por; Gabriel)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Crise Econômica nos EUA

Vídeo um pouco longo, mas vale a pena ver até o final para entender todo o processo  da crise dos  EUA, abordando causa, as consequências, os desafios e como afeta as relações internacionais.



Postado por Tamires Guimarães.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Vídeos Crise Economica


Este vídeo fala um pouco do grande temor da União Europeia a cerca da crise e seu constante agravamento. Ponto Interessante é as consequências da saída do país endividado do bloco.


                                 


Um jeito mais informal (um pouco escroto) de se entender a crise.


Postado por Gustavo Gerin

A Marcha para o Oeste - Faroeste

Origem da Bolha Imobiliária



Por Nathália Mendonça nº14

Abordagem sobre a Crise Financeira Atual.




Leticia Andrade

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Com o objetivo de complementar os conceitos abordados na apostila (ver p. 39) e revisar o que estudamos nas aulas de geografia segue, um vídeo muito interessante.
Aproveite para deixar a professora Gigi feliz...pratique o seu inglês :)
Abraços Professora Elisabete